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Prévia da inflação no Brasil, PIB nos EUA e mais destaques da semana

Fique por dentro dos principais assuntos do mercado financeiro doméstico e internacional
22 de dezembro de 2025

Essa é a edição semanal da newsletter do ASA. Receba toda segunda-feira os principais assuntos do mercado financeiro doméstico e internacional que serão relevantes ao longo da semana, sempre com as análises das nossas equipes de gestão e macroeconomia.

Boa leitura!


Após um ano de fortes ganhos tanto para aplicações de renda fixa quanto de renda variável, investidores se preparam para um 2026 que promete ser agitado e ainda mais volátil, com eleições presidenciais e expectativa de corte da Selic.

Na avaliação de Rogerio Freitas, head de investimentos do ASA, o cenário atual oferece uma oportunidade assimétrica favorável para se posicionar em ativos mais arriscados e de longa duração no Brasil.

"Mas é importante reforçar: tudo está condicionado ao endereçamento do problema fiscal. A política monetária é consequência da política fiscal. Se corrigirmos a rota fiscal, teremos uma política monetária mais civilizada e uma queda relevante dos juros reais, o que favoreceria muito os ativos brasileiros", destaca.

Segundo ele, o ambiente global deve continuar favorável para emergentes, com repressão financeira sustentando fechamento de prêmio de risco.

"Os portfólios globais estão em busca de yield e prêmio de risco, e é justamente nos emergentes que esses prêmios são encontrados. Por isso, acreditamos que o movimento de valorização deve continuar favorecendo os mercados emergentes, incluindo o Brasil", diz Freitas.

Para o próximo ano, o plano é aumentar gradualmente a exposição em bolsa, financiando esse movimento com a redução de papéis pós-fixados e crédito privado.

A avaliação é de Freitas é que, com uma política fiscal mais disciplinada, o Ibovespa poderia sair de 150 mil pontos para 300 mil pontos a partir de 2026 ou 2027.

"Esse é um cenário otimista, condicionado à mudança de política econômica e ao enfrentamento do gasto público", pondera Freitas.

Brasil

Orçamento de 2026: O Congresso Nacional aprovou na sexta-feira (19) a LOA (Lei Orçamentária Anual) de 2026, em sessão semipresencial, rejeitando todos os destaques, prevendo um superávit primário de R$ 34,5 bilhões, levemente acima do centro da meta fiscal (R$ 34,3 bilhões).

Dividendos: A CNC (Confederação Nacional do Comércio) acionou o STF (Supremo Tribunal Federal) contra a Lei nº 15.270/2025, que reformou o imposto de renda, ampliou a isenção até R$ 5 mil e criou tributação mínima sobre altas rendas.

Confiança: O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) do FGV IBRE subiu 0,4 ponto em dezembro, para 90,2 pontos, maior nível desde dezembro de 2024 (91,3 pts.).


Projeções para indicadores econômicos na pesquisa Focus, do Banco Central, desta segunda-feira (22):

SELIC/2025: 15%

IPCA/2025: 4,33% (ante projeção de 4,36% anteriormente)

PIB/2025: 2,26% (ante projeção de 2,25% na semana anterior)


Mundo

Juros na Europa: O Banco Central Europeu manteve as taxas de juros, como esperado, mas trouxe projeção do núcleo da inflação acima da meta para 2026 com justificativa de melhora da atividade e persistência dos preços de serviços.

Tarifas: A China impôs tarifa de 42,7% sobre produtos lácteos europeus, em medida considerada como retaliação pelo tratamento dado pela União Europeia aos veículos elétricos chineses.

Mercado imobiliário: Kevin Hassett, diretor do Conselho Econômico Nacional dos EUA, afirmou no fim de semana que autoridades da Casa Branca estão considerando uma série de iniciativas para impulsionar o mercado imobiliário.

EUA x Venezuela: Na Venezuela, a Guarda Costeira dos EUA interceptou o segundo navio petroleiro e estaria perseguindo um terceiro no Mar do Caribe.


Gráfico da semana

O relatório Focus, do Banco Central, voltou a reduzir, pela sexta semana seguida, as projeções para a inflação medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) de 2025.

Desta vez, as expectativas foram reduzidas de +4,36% para +4,33%, mantendo-se abaixo do esperado no início do ano.

Os investidores acompanham nesta semana os dados da prévia da inflação, medida pelo IPCA-15, enquanto aguardam os dados do índice cheio, que será divulgado em 9 de janeiro.

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Fonte: Banco Central

Os assuntos da semana

IPCA-15

O destaque da semana na agenda doméstica fica com a prévia da inflação de dezembro medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15). A expectativa do ASA é de alta de 0,25% na comparação mensal e de 4,41% na base anual.

O índice cheio de inflação de dezembro será divulgado no dia 9 de janeiro.

PIB e ata do Fomc

Nos Estados Unidos, as atenções recaem sobre o PIB (Produto Interno Bruto) do terceiro trimestre, que será divulgado na terça-feira (23). Consenso de mercado aponta para expansão de 3,1%.

No mesmo dia sai a ata da última decisão de política monetária do Federal Reserve, que cortou a taxa de juros em 0,25 ponto percentual, para o intervalo de 3,50% a 3,75%.

Há baixa probabilidade de o presidente Donald Trump fazer um anúncio sobre o substituto de Jerome Powell e de ser divulgada a decisão da Suprema Corte sobre as tarifas do IEEPA (Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional).

Agenda em Brasília

Com os Poderes Judiciário e o Legislativo de total recesso, e o Executivo com apenas metade das equipes técnicas trabalhando, a atividade em Brasília fica consideravelmente esvaziada.

O evento mais importante da semana acontece do ponto de vista político: a entrevista do ex-presidente Jair Bolsonaro amanhã para o site Metrópoles. Será a primeira vez que Bolsonaro poderá falar diretamente sobre a sua decisão de indicar seu filho Flávio para concorrer à presidência e ter uma noção de quão firme é a candidatura.

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