macroeconomia

Payroll: criação de vagas de emprego nos EUA supera projeções

Em novembro, país criou 64 mil vagas de emprego, ante expectativa do mercado financeiro de 50 mil
16 de dezembro de 2025

A variação dos postos de trabalho nos Estados Unidos medida pelo Payroll veio acima do esperado em novembro. No período, foram criadas 64 mil vagas, ante expectativa de consenso do mercado de criação de 50 mil empregos.

A divulgação dessa vez contou também com o dado de outubro, atrasado por conta do shutdown, que paralisou as atividades de diversas agências dos EUA por 43 dias. Houve ainda revisão para baixo em agosto e setembro do payroll total.

Andressa Durão, economista do ASA, destaca que os dados dos últimos meses estão sob distorções causadas pelas demissões do DOGE (Departamento de Eficiência Governamental) no setor público ao longo do ano que foram contabilizadas na folha de outubro.

Por conta disso, se torna ainda mais justo olhar para a série do setor privado, que mostra reaceleração do emprego. A média móvel trimestral do emprego privado está em 75 mil.

A taxa de desemprego em novembro, por sua vez, subiu para 4,6%, acima do esperado, acompanhada por novo aumento na taxa de participação. A pesquisa da taxa de desemprego não foi realizada em outubro por conta do shutdown.

O aumento do desemprego de novembro em relação a setembro foi principalmente puxado por perdas temporárias de emprego e por pessoas que voltaram a procurar emprego. A quantidade de desempregados de forma permanente, por outro lado, caiu, diminuindo a relevância do aumento da taxa de desemprego no mês.

O crescimento salarial em 12 meses desacelerou para 3,5%, abaixo do esperado.

Na avaliação de Andressa, a surpresa de alta do payroll e a trajetória do emprego privado até agora sugerem que a pausa nos cortes de juros pelo Fed deve durar alguns meses.

“A taxa de desemprego continua sugerindo aumento da ociosidade no mercado de trabalho, mas a alta pode ter sido pontual, sem atingir o emprego permanentemente. Além disso, segundo Powell, um aumento até 4,6% estaria dentro do cenário do Fed. A não ser que o desemprego continue aumentando nos próximos meses, não parece um sinal de deterioração adicional do mercado de trabalho”, avalia a economista.

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