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Investimento em crédito privado exige gestão de risco

É importante que o investidor alinhe rentabilidade, horizonte de investimento e diversificação ao seu perfil de risco
18 de novembro de 2025

Os episódios recentes envolvendo ativos emitidos por empresas privadas reforçam o papel central da análise de risco no crédito privado e a importância de uma gestão profissional.

Avaliar a capacidade de pagamento de uma empresa vai muito além do rating, envolvendo setor, estrutura de capital, geração de caixa e governança.

 “Um gestor qualificado integra essas variáveis na construção do portfólio, diversificando emissores, setores e prazos para mitigar riscos específicos”, afirma Caio Crepaldi, head de fundos de crédito privado do ASA.

Segundo Crepaldi, essa visão integrada ajuda a transformar um ambiente de maior incerteza em oportunidades equilibradas de retorno.

As boas oportunidades continuam existindo, mas é preciso ter cautela e seletividade. A maior dispersão de preços e o comportamento mais conservador dos investidores podem abrir janelas, desde que a análise de crédito seja profunda e a diversificação bem executada. “Disciplina na avaliação de risco continua sendo o principal vetor de geração de valor”, diz Crepaldi.

Segundo Crepaldi, essa visão integrada ajuda a transformar um ambiente de maior incerteza em oportunidades equilibradas de retorno.

As boas oportunidades continuam existindo, mas é preciso ter cautela e seletividade. A maior dispersão de preços e o comportamento mais conservador dos investidores podem abrir janelas, desde que a análise de crédito seja profunda e a diversificação bem executada.

“Disciplina na avaliação de risco continua sendo o principal vetor de geração de valor”, diz Crepaldi.

O que significa, na prática, investir em crédito privado?

É aplicar recursos em títulos de dívida de empresas ou instituições financeiras, como debêntures, CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários), CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio), CDBs (Certificado de Depósito Bancário), LFs (Letras Financeiras), LCIs (Letras de Crédito Imobiliário), LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio) e LIGs (Letras Imobiliárias Garantida).

O investidor se torna credor e é remunerado conforme risco e prazo. Dá para investir de forma direta, comprando títulos individuais, ou via fundos de crédito, fundos de pensão e multimercados.

As debêntures incentivadas oferecem isenção de imposto de renda para pessoas físicas, enquanto os fundos especializados agregam diversificação e gestão profissional do risco.

Quais são as opções e os riscos?

O crédito privado oferece diversas alternativas de investimento, que vão desde títulos corporativos, como debêntures, CRIs e CRAs, até instrumentos bancários como CDBs, LFs, LCIs, LCAs e LIGs.

Também é possível investir por meio de fundos de crédito, multimercados ou planos de previdência que tenham exposição a crédito corporativo. “Cada modalidade tem suas particularidades de prazo, liquidez e risco”, lembra Crepaldi.

O principal é o risco de crédito, isto é, a possibilidade de o emissor não honrar seus compromissos, mas há também riscos de liquidez e de mercado. Títulos de prazo mais longo são mais sensíveis a variações de juros e spreads, o que pode gerar oscilações nos preços. Por isso, é importante que o investidor alinhe rentabilidade, horizonte de investimento e diversificação ao seu perfil de risco.

Como avaliar a saúde financeira e o endividamento de uma emissora?

Caio Crepaldi destaca que avaliar a saúde financeira de uma empresa emissora exige olhar além do lucro. Indicadores como dívida líquida sobre Ebitda, geração de caixa e cronograma de amortização ajudam a medir a capacidade de pagamento.

“A qualidade da gestão, a governança e a transparência das informações são tão importantes quanto. O risco do setor e o quadro macroeconômico, como juros, câmbio e crescimento, influenciam diretamente a capacidade de honrar dívidas e devem fazer parte da análise”, afirma Crepaldi

Quais sinais indicam exposição excessiva ao crédito privado?

Concentração em poucos emissores ou setores, prazos médios muito longos e ativos de baixa liquidez são pontos de atenção. O crédito privado costuma apresentar pouca volatilidade no dia a dia porque os títulos não são negociados com tanta frequência, diferentemente de mercados mais líquidos, como bolsa e câmbio, em que os preços são atualizados a todo momento.

“Essa aparente estabilidade pode mascarar o risco real da carteira. Por isso, é importante acompanhar a composição das posições e a consistência entre o perfil de risco declarado e as estratégias adotadas pelo gestor”, afirma Crepaldi.

Como o patamar elevado da Selic influencia o mercado?

A taxa de juros alta eleva o custo de capital das empresas e pressiona sua capacidade de pagamento. Mesmo com spreads de crédito, que representam o prêmio adicional pago em relação à taxa básica de referência do título, como CDI, IPCA ou câmbio, os níveis nominais continuam elevados.

Essa combinação aumenta o peso do endividamento e exige maior disciplina financeira das companhias. Para o investidor, o cenário se traduz em retornos mais altos, o que torna o crédito privado uma alternativa atrativa dentro da renda fixa, desde que acompanhada de boa diversificação e análise criteriosa de risco, lembra Crepaldi.

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